Quando o Mundo Vence, Eu Reinicio

Eu ainda me lembro da minha primeira noite na feira — não como jogadora, mas como ouvinte silenciosa. As luzes neon da rua cantavam como hinos que minha avó entoava em Crown Heights. Todos corriam atrás dos prêmios. Eu apenas observava — o modo como as mãos tremiam na mesa, o espaço entre as rodadas onde o silêncio habitava.

A Mesa Não Se Importa Com Quanto Você Aposte

Chamam isso de ‘sorte’. Mas a verdadeira sorte? É saber quando ir embora. Meu pai dizia: ‘Não siga o ritmo da percussão — espere pela luz.’ Comecei com $10 de apostas. Não para vencer grande — mas para sentir algo real. A máquina não recompensa a ganância. Ela recompensa a presença.

O Código do Meu Pai Era Silêncio

Em nossa casa, o silêncio não era vazio — era sagrado. Não jogávamos para escapar; jogávamos para lembrar. Cada clique de ‘apostar mais’ era uma oração sussurrada na escuridão veludosa. O prêmio não era ouro — era o suspiro após trinta minutos, quando olhas para ver teu próprio rosto no espelho.

O Festival Não É Sobre Vencer

No último Ano Novo Lunar, sentei sozinha no sofá com chá e observei estranhos postarem screenshots das suas vitórias — sorrindo através das lágrimas, rindo sem vergonha. Uma mulher disse: ‘Perdi três vezes… então parei de jogar.’ Essa foi sua vitória.

Você Não Está Aqui Para Caçar Milagres

Sorte não é profecia — é escolha. Não se trata de qual mesa você senta — mas se você permanece tempo suficiente para ouvir seu próprio respiro novamente. A feira não é sobre ganhar dinheiro — é sobre lembrar por que você se sentou no início.