Você Ainda Está Online?

Eu já pensei que vencer na vida significava apostar na sorte — como num cassino iluminado, onde cada interação era um ritual. Agora, vejo de outro modo. O algoritmo não se importa se você é feliz; importa se você está engajado. Seus likes não são amor — são dados. Suas DMs não são conversas — são loops de engajamento. Cresci em Brooklyn, onde minha mãe jamaicana me ensinou que o silêncio pode ser sagrado, e meu pai alemão mostrou que o código pode mentir. Dançávamos ao jazz nas ruas, mas agora dançamos nos fluxos de dados — cada ping é um eco vazio. Rastreio meus padrões digitais: três posts sem resposta? Isso não é tendência — é abandono. Cinco por cento de taxa de engajamento? Isso não é imposto — é extração. Você acha que faz parte de uma comunidade? Não. Você faz parte de um feed.

Na semana passada vi alguém postar toda sua terapia como um carousel: seis imagens com rostros sorridentes, sem legendas abaixo. Eles não queriam conexão — queriam validação.

Parei de jogar.

Agora desenho experiências que perguntam: Quando foi a última vez que você se sentiu verdadeiramente ‘visto’? Não curtido. Não compartilhado. Mas visto.